domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo

aos leitores, comentaristas e admiradores de O Descurvo. Manter este blog vivo e animado durante o ano de 2012, em virtude das obrigações todas referentes ao meu último ano na graduação, foi um grande desafio -- felizmente cumprido. Mesmo diante de todos os revezes, foram publicados mais de 100 posts este ano -- este, por sinal, é o 101º --, cuja temática se ateve a dois eixos fundamentais que dominaram o debate comum brasileiro neste ano que se encerra: a questão metropolitana, marcada pela eleições municipais, e a crise na justiça brasileira, acirrada pelo julgamento da ação penal 470.

Ainda assim, quatro outros temas de fundo perpassaram a agenda como pano de fundo óbvio e evidente: os caminhos e descaminhos do governo Dilma -- o que implica em analisar o estado da arte da esquerda no país --; o agravamento da crise mundial -- agravamento permanente como natureza da crise --; o estado de coisas na blogosfera -- interditado e frustrado, em razão tanto do avanço das redes sociais de massa contra a velha rede selvagem, ao mesmo tempo em que o debate (e a disposição para tanto) se esgarça; por fim, a situação dos movimentos insurgentes que eclodiram entre o fim de 2010 e o início de 2011, e a reação referente a eles que se instaurou em 2012.

O governo Dilma e os destinos do PT. Como a instituição de um macroprojeto socialista de massa é distante -- e distanciante -- do comum e como, por outro lado, certas forças que causaram o evento Dilma com uma vontade diversa disso, giram não mais à esquerda, mas sim mais ao ideal[ilismo]. Ainda assim, a força principal que causou Dilma, e causou e sustentou Lula, está aí, como uma classe sem nome. Algo acontece, apesar do nevoeiro de má consciência, comiseração e ressentimento. É essa tendência real, para usar aqui um jargão marxista, que anima o Brasil, para além do bem e do mal. Esse processo monstruoso, social -- com a classe sem nome de um lado -- e político -- marcado pelo Lulismo -- produz interações e faíscas que dizem respeito ao globo em 2013. 

Os rumos da máquina mundo estão postos. A crise mundial é crise, por sua própria natureza, no sentido de que a indignação com o descalabro cotidiano veio à tona. E o descalabro em questão tem um nome, é o próprio Império global, em termos não muito diferentes do que Negri e Hardt conceberam. Mas o globo não é só Império, é multidão que luta e afirma um direito comum das gentes frente à exceção soberana, frente à expansão do Estado pelos recônditos do inconsciente.

É isso, um grande ano para nós todos.

P.S.: pessoalmente, 2012 foi um ano extremo, cheio de ritos de passagem e situações limite. Só num futuro próximo acho que vou ser capaz de avaliar isso tudo.

P.S. 2: Seguem as postagens mais lidas de 2012:




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